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E aí, vai um bauru para o lanche?

Ele é um octogenário  e continua fazendo o maior sucesso. Seu nome é bauru e ele é um dos sanduíches mais pedidos em padarias, em lanchonetes e em bares. Com uma receita simples, ganhou o nome em um tradicional bar e restaurante de São Paulo – Ponto Chic – fundado em 1922.

Quinze anos depois de inaugurado, o estabelecimento recebia com frequência Casimiro Pinto Neto.  O estudante da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, natural de Bauru, um dia chegou com muita fome e fez um pedido especial e foi bem específico: “Abre um pão francês, tira o miolo e bota um pouco de queijo derretido dentro”. Quando o funcionário ia fechando o pão ele falou: “Calma, falta um pouco de albumina e proteína nisso; coloca umas fatias de rosbife junto com o queijo”. Quando ele ia fechando novamente, o cliente arrematou: “Falta a vitamina, bota aí umas fatias de tomate”.

Um colega ao lado no balcão gostou da novidade e pediu: “Me vê um desses como o do ‘Bauru’”, disse, referindo-se ao apelido do amigo do interior paulista. Pronto. O nome pegou, o sanduba foi incorporado ao cardápio e assim está até hoje. O pepino foi incluído anos depois, na década de 50, por sugestão dos bebedores de chope, para servir de tira-gosto.
A partir dos dois primeiros pedidos do Ponto Chic, o bauru virou celebridade e ultrapassou a divisa da capital. Chegou a Bauru, no interior de São Paulo, e a outros estados, e ganhou algumas adaptações. Uma delas foi a substituição do rosbife pelo presunto.

Oito décadas depois da sua criação, porém, o bauru legítimo continua sendo feito com rosbife, três ou quatro tipos de queijo, pepino, tomate e servido no pão francês. A única alteração aceitável é em relação ao pão: em lugar do francês pode ser usado o sírio ou o de forma. E pode chamar de misto quente se o recheio levar presunto e queijo.

Mas quer uma sugestão? Não deixe de pedir um bauru autêntico. Você não vai se arrepender!!!

Fonte: “Ponto Chic – Um Bar na História de São Paulo”, de Angelo Iacocca (Ed. Senac).